Conscientização e compreensão: a essência do Dia Mundial do Autismo

01 de abril de 2024 - 18:10

O Dia Mundial da Conscientização do Autismo, tem a missão fundamental de aumentar a conscientização sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA) e reduzir a discriminação contra indivíduos portadores.

A data, comemorada em 2 de abril, ressalta a importância da conscientização e educação sobre este transtorno, engajando a sociedade na campanha Abril Azul para difundir informações sobre o autismo e combater o preconceito.

A campanha esse ano vem com o tema “Valorize as capacidades e respeite os limites!”, destacando a importância de reconhecer e respeitar as habilidades  e as particularidades de pessoas com transtorno do espectro do autismo (TEA).  Esse tema vem acompanhado pela hastag #AutismoValorizeCapacidades, incentivando a sociedade a olhar além das dificuldades comumente associadas ao autismo e a valorizar o potencial único de cada indivíduo.  

A história do Dia Mundial da Conscientização do Autismo

O Dia Mundial da Conscientização do Autismo, instituído pelas Nações Unidas em 2007, tem como principal objetivo, promover o conhecimento sobre o espectro autista e as necessidades e direitos das pessoas com autismo.

No Brasil, a conscientização sobre o autismo também se reflete em legislações específicas, como a Lei nº 13.977, conhecida como Lei Romeo Mion, promulgada em 2020, que institui o Cartão de Identificação da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista (Ciptea), e a Lei Berenice Piana de 2012, que reconhece as pessoas autistas como portadoras de deficiência, além da Lei Brasileira de Inclusão de 2015, que assegura seus direitos.

A Lei Romeo Mion de 2020, estabeleceu um registro para pessoas autistas e incluiu o autismo no censo do IBGE, marcando um avanço significativo na inclusão e reconhecimento.

Entendendo o autismo

Entender o Autismo envolve compreender suas características e impactos na vida das pessoas. Conheça alguns desafios comuns:

  • Comunicação e interação social: Dificuldades de comunicação, tanto verbal quanto não-verbal, e interação social são marcantes.
  • Comportamentos repetitivos: Padrões de comportamento, interesses ou atividades restritos e repetitivos são comuns.
  • Sensibilidade sensorial: Muitas pessoas com autismo têm hipersensibilidade ou hipossensibilidade a estímulos sensoriais.
  • Variedade no espectro: O autismo apresenta-se em um espectro, variando de leve a severo, e cada indivíduo possui habilidades e desafios únicos.

É possível observar os sinais nos primeiros meses de vida da criança:  ausência do contato visual, dificuldade de rastreio com a presença de estímulos sonoros ou não corresponder quando chamado pelo nome, dificuldades motoras como atraso em movimentos como sentar, engatinhar, e atraso da fala. Mas para fechamento de diagnóstico existem três critérios prevalentes que são:  estereotipias (comportamentos restritos e repetitivos), dificuldades de socialização e linguagem.

Cerca de 10% dos indivíduos com autismo possuem habilidades extraordinárias em áreas específicas, como memória excepcional ou habilidades organizacionais.

Avanços e Desafios na Inclusão

Avanços significativos foram alcançados na inclusão de pessoas com autismo na sociedade, especialmente no que se refere ao acesso a terapias e suportes multidisciplinares. O diagnóstico precoce e o acesso a terapias são cruciais para o desenvolvimento de indivíduos com TEA, podendo melhorar significativamente a interação com o mundo e promover mais autonomia e qualidade de vida.

Equipes multidisciplinares, incluindo profissionais médicos, psicólogos, fonoaudiólogos, pedagogos, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais e professores de educação física, são fundamentais nesse processo, assim como o apoio e orientação adequada às famílias e cuidadores.

No entanto, a inclusão ainda enfrenta desafios consideráveis. A falta de treinamento adequado para profissionais da educação, a escassez de recursos financeiros e materiais, a ausência de adaptação curricular e a discriminação enfrentada por crianças autistas no ambiente escolar são alguns dos obstáculos que dificultam o exercício pleno do direito à educação inclusiva e de qualidade.

A colaboração entre pais e professores é essencial para o sucesso dos estudantes autistas na escola, sendo necessário que as escolas se esforcem para serem inclusivas e proporcionem iguais oportunidades para todos os alunos.

Como Contribuir para a Conscientização

Para contribuir efetivamente para a conscientização sobre o autismo, é fundamental adotar ações que promovam a inclusão e combatam o preconceito. Aqui estão algumas maneiras pelas quais indivíduos e a sociedade podem se engajar:

Combate ao Preconceito: Esforços devem ser feitos para eliminar preconceitos, discriminações e estereótipos que dificultam a vida de pessoas autistas e seus cuidadores.

Diálogo com Amor e Aceitação: Abordar o autismo com amor, generosidade e aceitação, focando no entendimento e na valorização da diversidade.

Disseminação de Informações: Compartilhar informações sobre o autismo com amigos, familiares, educadores e a comunidade.

Suporte Terapêutico: O suporte terapêutico deve ser realizado por equipes multidisciplinares, incluindo profissionais médicos, psicólogos, fonoaudiólogos, pedagogos, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais e professores de educação física. Adotar essas ações não apenas contribui para uma sociedade mais inclusiva, mas também promove uma maior compreensão e respeito pelas diferenças!  

A cor azul

No autismo, o azul estimula o sentimento de calma e de maior equilíbrio para as pessoas.  A cor auxilia em situações em que a criança apresenta uma sobrecarga sensorial.  O autismo também  passou a ser representado pelo símbolo do infinito colorido que foi escolhido e criado pelos próprios autistas. O logotipo refere-se à neurodiversidade e a várias formas de expressão dentro do Transtorno do Espectro Autista (TEA).  

Cordão de Girassol ou de Quebra-cabeça

O cordão de girassol tem como objetivo identificar quem possui deficiências que não são perceptíveis.  Doenças ou transtornos ocultos são de maior dificuldade de reconhecimento à primeira vista, porque a pessoa não apresenta deficiência física.  Alguns transtornos desse tipo são o Autismo, Transtorno de Déficit de Atenção (TDH), transtornos ligados à demência, doença de Crohn, colite ulcerosa e fobias extremas.  Já o cordão de quebra-cabeça,  identifica pessoas com autismo.  Esses cordões são facilmente encontrados em lojas virtuais, especializadas em produtos para pessoas com deficiência.  

Conhecimento é sempre importante

A sociedade Brasileira de Pediatria, por meio do Departamento Científico de Pediatria do Desenvolvimento e Comportamento, disponibiliza um Manual de Orientação na Internet sobre Transtorno do Espectro do Autismo (TEA).

Acesse o manual, clicando aqui!  

A aceitação e o respeito pela diversidade são essenciais para construir uma sociedade mais justa e inclusiva para todos.

Que esta data seja uma oportunidade para celebrar e reconhecer a importância da diversidade, e o que ela nos traz, mostrando que podemos sempre ter uma visão mais ampla sobre tudo, e o quanto isso é incrível, assim como a diferença que faz os autistas na vida de seus entres queridos.

Informe-se e ajude a combater o preconceito.  O autismo precisa de respeito!

Fontes:

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