Que o dia 21 de setembro não caia no esquecimento.
O dia 21 de setembro é o Dia Mundial do Alzheimer, uma oportunidade para sensibilizar a população, as entidades de saúde, bem como os profissionais da área, para essa doença que acomete mais de 1,2 milhão de brasileiros.
A Doença de Alzheimer é um tipo de demência degenerativa, ou perda de funções cognitivas (memória, orientação, atenção e linguagem), causada pela morte de células cerebrais, que atinge 5% das pessoas com mais de 60 anos. A doença é incurável, mas pode e deve ser tratada. Quando diagnosticada no início, é possível retardar o seu avanço, garantindo melhor qualidade de vida ao paciente e à família, que deve estar sempre atenta às mudanças de comportamento de seus idosos. As manifestações da doença não costumam ser, de imediato, associadas a sintomas e, por isso, é importante que a família esteja alerta e acione o médico logo que sejam percebidas, pois muitas delas podem ser tratadas, também, do ponto de vista medicamentoso.
Apresentamos, abaixo, uma relação de alterações comportamentais e dicas para lidar com elas, retiradas do site da Associação Brasileira de Alzheimer.
Insônia
É comum que o paciente com Doença de Alzheimer apresente dificuldades para dormir, invertendo o dia pela noite. Isso causa um desgaste enorme ao cuidador, principalmente porque o paciente demanda atenção e acompanhamento quando está desperto. Por isso, é importante que o ciclo de sono do paciente seja sincronizado com o do cuidador, a fim de evitar desgaste para ambos.
Dicas:
- Procure deixar o ambiente do quarto o mais repousante possível (silencioso e com pouca luz).
- Certifique-se que a cama e as roupas usadas pelo paciente para dormir sejam as mais confortáveis, para que ele não se sinta apertado e não passe frio ou calor.
- Tente evitar que o paciente durma durante o dia, envolvendo-o em atividades agradáveis que afastem o sono.
- Procure motivá-lo a caminhar e fazer outras atividades físicas durante o dia.
Delírios – Persecutoriedade
Fazer uma interpretação irreal da realidade é uma das manifestações bastante comuns nos pacientes com demência. Como a pessoa perde grande parte das informações, tende a buscar explicações ou a desconfiar do que lhe dizem, visto que não lembra dos acontecimentos. O delírio mais comum nesses pacientes é o delírio persecutório que acontece quando a pessoa sente que está sendo enganada ou perseguida e que alguém quer lhe fazer mal. Outra possibilidade comum é o delírio de ciúmes que pode acontecer até entre familiares.
Dicas:
- Tente explicar o que está acontecendo e que ninguém quer fazer mal ao paciente. Dê parâmetros de realidade explicitando fatos.
- É fundamental que o médico seja informado para poder avaliar a possibilidade de controle medicamentoso do sintoma.
- Mantenha postura calma e voz tranquila e, se nada parecer funcionar, tente distrair o paciente com assunto ou atividade agradável e de seu interesse.
Alucinações
É relativamente comum nas fases avançadas da Doença de Alzheimer a ocorrência de alucinações, ou seja, alterações na percepção sensorial do paciente. Em outras palavras, o paciente pode ouvir e ver pessoas, objetos, animais e coisas que não existem.
Dicas:
- Não discuta com o paciente sobre a veracidade do que ele está vendo ou ouvindo.
- Tente identificar se há um fator desencadeante da alucinação. Ela pode estar no ambiente, como um objeto de decoração em uma sala mal iluminada ou uma planta que balança com o vento e produz sombra.
- Quando o paciente mostrar medo, conforte-o com voz calma e segure sua mão para transmitir-lhe segurança. Assim que ele se acalmar, chame sua atenção para algo real no ambiente, preferencialmente envolvendo um tema de sua predileção.
- Comunique ao médico. É possível que algum medicamento esteja contribuindo para o problema ou que algum medicamento possa contribuir para a diminuição desse sintoma.
Sexualidade exacerbada
Alterações de comportamento com exacerbação de sexualidade podem acontecer e são sintomas da doença. Em geral, são sintomas que expõe o paciente e os cuidadores à situações de constrangimento e consequente estresse.
Dicas:
- Procurar o médico ou o psicólogo para identificação do problema e busca de soluções.
- Evitar ocasiões que possam favorecer a estimulação sexual, com especial cuidado nas situações que envolvem a higiene do paciente.
- Colocar limites claros diante do exagero.
Perambulação
Quando o paciente com Doença de Alzheimer anda muito ou caminha sem rumo aparente, mostrando-se muito agitado, pode se tratar de uma alteração de comportamento. Pode caminhar dentro de casa, mas, às vezes, sai de casa desacompanhado e pode se perder. É essencial garantir a segurança do paciente em todos os momentos.
Dicas: ·
- Verifique se a casa está segura (tapetes, escadas, piscina) e se o paciente está usando calçados adequados, visando a evitar quedas.
- Dificulte a saída do paciente sozinho da casa, por exemplo, instalando guizos na porta ou no portão e escondendo as chaves de casa.
- Coloque no vestuário do paciente etiquetas internas ou cartões com sua identificação: nome, endereço e número de telefone.
- Tenha fotos recentes do paciente, para o caso de precisar procurá-lo com a ajuda de desconhecidos.
Fonte: abraz.org.br